domingo, 21 de abril de 2013

Sexta e última parte da entrevista de Robert para a revista GQ


Há algo fascinante, -e talvez muito revelador da estranha e impressionante pessoa que Robert Downey Jr. se tornou- sobre o fato de que ele quer fazer esse tipo de filme, ao invés de algum veículo mais obviamente pessoal e catártico para a auto expressão e arte. "O engraçado é", ele esclarece: "mesmo as coisas que eu gostaria de fazer como uma expressão artística propriamente minha eu gostaria de fazer dentro de um gênero, eu gostaria de fazer por um preço, e eu gostaria de saber com bastante certeza de que ia ser um sucesso antes de começar."

Se focar nesses projetos da Team Downey significa recusar uma enorme quantidade de outros filmes, tudo bem. "Eu amo dizer não", explica. Ele também acredita que ele chegou a ser um sábio juiz do que vai valer a pena. "Eu sou muito bom em desconstruir", diz ele. "Eu sou um bom solucionador de problemas por que algo é improvável que funcione. E é improvável que funcione quase tudo."

Um tanto irônico, aponto, já que ele passou os primeiros vinte e tantos anos de sua carreira de ator provando ser um espetacularmente pobre juiz do que iria ou não funcionar. Mas, mesmo enquanto Downey reconhece este ponto, ele simplesmente escolhe a vê-lo como mais um ponto que cai em seu favor.

"Sim!" ele declara com entusiasmo. "É por isso que eu sou um expert nisso. Fiz mais filmes que não funcionam do que ninguém. Que eu poderia abrir uma indústria dizendo o por que do seu negócio não funcionar."

Robert Downey Jr. foi indicado pela primeira vez para um Oscar, em 1993, depois de sua notável representação de Charlie Chaplin, sendo desde um adolescente à um homem de 83 anos de idade em Chaplin. Ele perdeu para Al Pacino por seu papel em Scent of a Woman. "Do qual eu tenho certeza que ele merecia.", ele diz agora, embora no momento ele estava claramente desapontado. "Você está falando da minha versão 2.0", diz ele, "então sim, eu estava ‘Esta foi a minha noite...’" E mesmo assim, Downey teve uma longa história de acreditar que, se ele estava participando de alguma coisa, ele iria ganhar. Ele me diz como ele costumava vir em primeiro lugar em corridas na escola, contra as pessoas que estavam mais rápido, simplesmente resolver que o melhor atleta -"aquele cara alto, com cabelos loiros"- não seria capaz de passar por ele. Downey diz isso como se, até agora, ele ainda acredita que a tomada de decisão é tudo o que for preciso. Ele também me diz como, em testes para comerciais, quando ele tinha 17 anos, ele entrava na sala de espera e dizia: "Vocês todos podem ir para casa, eu consegui."

Downey foi indicado mais uma vez, em 2009, por Tropic Thunder, o filme que ele fez logo após Homem de Ferro: "esta experiência arriscada, estranha, com tudo pra dar errado, commedia dell'arte que se balançou perfeitamente com o mercantilismo de Homem de Ferro." Desta vez, ele quase não se importava se ele deveria ter ganhado ou não, porque todo mundo sabia que o Oscar seria de Heath Ledger. Mas, contra todas as probabilidades, a representação absurda de Downey atuando com presunção como um ator australiano que interpreta um soldado afro-americano em um filme de guerra do Vietnã tornou-se uma verdadeiro atuação genuína de proeza própria.
Quanto à atitude de Downey para o Oscar nos dias de hoje, ele o desdenha. Enquanto ele diz o que ele diz, ele está claramente consciente de seu efeito cômico, mas a minha impressão é que ele também está simplesmente tentando ser honesto.

Quanto você gostaria de ganhar um Oscar?
"Eu não poderia me importar menos."

Sério?
"Bem, eu sei que vai acontecer."

Isso é o personagem ou a pessoa falando?
"Isso é apenas um fato."

Tem certeza?
"Eu, pessoalmente, ficaria chocado se chegasse ao fim de tudo isso e não ter pelo menos um."

Por quê?
"Porque simplesmente não faz sentido. É por isso que eu não me importo de aparecer e assistir todos os outros o ganhando."

Por que não faz sentido?
"Porque eu sou jovem o suficiente, e eu estou me mantendo ocupado com este tipo de filmes de gênero, perto o suficiente. Temos a próxima coisa que estamos fazendo com a minha esposa, eu estou tão confiante sobre isso. É o melhor roteiro que o estúdio tem, é a melhor coisa que eu já li em anos, sabe, honestamente, a minha verdadeira resposta é: eu não me importo. Eu costumava pensar que eu me importava, e eu não poderia me importar menos... Agora, eu não estou dizendo que eu não iria ficar um pouco chocado, mas é incrível ver como as pessoas ficam literalmente afobadas quando chegam lá em cima, porque eles têm como um anexo a este resultado. Quer dizer, não é como se nós estivéssemos nos Jogos Olímpicos ou algo assim."

Ele tempera sua opinião, um pouco.
"Olha, mesmo se eu não conseguir um diretamente, eventualmente, eles vão ter que me dar um quando eu ficar velho. Portanto, não importa de que maneira vai acontecer, eu vou ganhar um."

Só para verificar: Será que um ser suficiente?
"Não, eu provavelmente deveria ter mais. Mas zero está bom." A humildade fica lá sozinha por um momento, apenas o suficiente para ficar solitária. "Zero, ou dois."


Fonte por Chris Heath, GQ.

Acompanhe a entrevista completa clicando aqui.

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