Quando você assinou o contrato da franquia, sabia que as pessoas se identificariam com este personagem e que seria tão especial?
Robert : A essa altura, com os primeiros dois filmes do Homem de Ferro e, depois, com Os Vingadores, e agora fazendo o Homem de Ferro 3, há obviamente um senso de continuidade.
Eu acho que parte do que realmente fez com que desse certo foi que era tangível. E com a Legacy, os seres humanos que fizeram toda a tecnologia do filme, é como se você pudesse recorrer a tudo quando passa de um filme para o outro e você sente mais e mais como se estivesse vendo algo que se tornou parte do inconsciente coletivo. Em um certo nível essas aventuras são reais e também são tecnologicamente viáveis. Então eu acho que foi isso que o tornou um sucesso. Nós tínhamos um grupo talentoso de pessoas e fizemos algo que meio que fez uma ponte entre o inviável da maioria dos filmes de super-heróis e o tipo de filme como um James Bond ou Missão Impossível que são baseados em coisas que nós achamos que poderiam acontecer.
Homem de Ferro 3 chega cinco anos depois do primeiro filme do Homem de Ferro. Você mudou ao longo dos anos em sua abordagem do personagem?
Robert : Estou cinco anos mais velho, então na época, tudo que me importava era se eu tinha tomado creatinina suficiente, se meus braços estavam suficientemente fortes, como estava a iluminação e se estava charmoso e engraçado. Desta vez o relacionamento com Pepper é obviamente meio que o centro do filme. Diferentemente do meu próprio estilo, parece que desta vez estou pensando muito menos em como estou aparecendo nas câmeras e isso e aquilo. Eu penso sobre os outros personagens. Penso na lista de coisas que sempre pensamos que talvez devêssemos fazer. Uma delas era que sempre achamos que Tony e Rhodey deveriam ir ao Neptune’s Net porque é na rua em que Tony mora e é um bar de motoqueiros. Jon [Favreau] e eu, e depois Shane [Black] e eu e até mesmo Joss [Whedon] contribuímos para esta espécie de lista de natal que nunca conseguimos executar porque a história, o tempo, o orçamento ou seja lá o que for atrapalhou. E parece que, sem ser algo complicado, que muitos desses desejos vão se tornar realidade em Homem de Ferro 3.
É gratificante como ator sentir falta de momentos e voltar a eles depois na franquia e não fazer o mesmo filme várias vezes?
Robert : É. Eu também sinto a passagem do tempo. E é maravilhoso estar com este grupo de homens e mulheres. Então eu não necessariamente sofro com o fato de o tempo estar acabando. Mas, sabe, existe uma meia-vida para a trajetória de uma carreira, a trajetória de uma franquia ou do que for, então eu acho que foram muitos momentos de boa vontade desta vez porque nós todos achamos que é uma viagem muito legal e, de novo, o público guiou o sucesso. É isso que foi legal.
Por que Shane Black foi o cara certo para dirigir este filme? Qual é a abordagem diferente dele neste filme?
Robert : Jon e eu costumávamos ligar para o Shane [Black] e pedir conselhos e ele nos respondia com umas metáforas e às vezes fazia uns comentários diretos, coisas assim, e ele nunca aceitou receber nada por isso. Uma vez ele pediu um pedaço de salmão bem-passado e uns mirtilos como pagamento. Então somos um bando de “esquisitões”, mas todos nós temos o mesmo entusiasmo pelo gênero.
Shane foi essencial na formatação do gênero de ação e em trazer personagens para este tipo de realização cinematográfica que eu fiquei surpreso e feliz, e obviamente muito a favor de tê-lo como diretor deste filme. Com Jon [Favreau] indo para outros ramos de atividade e tendo outros sucessos e outras experiências, é interessante ver que agora fomos eu e Shane que recorremos a Jon para nos lembrar para onde ele estava conduzindo o navio à princípio. Mas o importante sobre esta história é que ela é dramática, bem profunda e obscura em certos pontos, mas é também muito essencialmente Shane Black. Eu adoro filmes em que há coisas que você se esqueceu que já estavam definidas que são recompensadoras. E, a propósito, novamente à respeito de Jon, era isso que Jon e eu estávamos sempre tentando fazer. Nós fazíamos isso de modo muito menos organizado e tivemos um pouco mais de sorte do que escritores ou diretores que são adeptos de planejamentos.
Shane Black é uma escolha interessante porque ele é capaz de navegar por um roteiro repleto de personagens e isso não é algo fácil de fazer.
Robert : Não, não é fácil. Só pra começar, nós sempre consideramos como colocar Tony com um garoto que é inteligente e bom com as mãos e que entende de tecnologia. Nós pensamos, ótimo, então talvez exista algum tipo de garoto meio nerd em informática de uma escola de alto nível e eles ficavam se perguntando: como você vai se identificar com isso? Ou talvez apenas um garoto da área rural do Tennessee.
Nós realmente queríamos que Rhodey fosse mais dinâmico e tivesse uma arma na mão e realmente fosse capaz de se equiparar a Tony no aspecto da bravata e na perspicácia e nós conseguimos isso. Para a história de Tony/Pepper, nós queríamos mostrar o que acontece quatro filmes depois no curso de um relacionamento, porque como Kevin Feige [produtor] me lembrou, Tony Stark é o único super-herói que cultivou e manteve um relacionamento – que não foi por água abaixo – com uma mulher ao longo do período.
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